sexta-feira, 27 de março de 2009

Amor e coragem: será que isso basta para criar um filho sem pai?

Mãe solteira

Por Fernando Puga • 26/11/2007

Coragem e amor de mãe são dois elementos que valem por tudo. Ou o que mais moveria um número cada vez maior de mulheres, sozinhas, a capitanear, contra a maré, uma embarcação de filhos lutando contra as ondas da solidão, dos traumas emocionais e das inseguranças? Mas o segredo desse navio das mães solteiras, que singra com braveza mares, por vezes, turvos, é um combustível que ninguém ali dentro sabe ao certo como funciona, mas conhece muito bem a sua força: coração de mãe.
Há exatos vinte anos, a hoje professora de História Jane Negreiros, 40 anos, recebeu uma notícia que seria determinante para todas as escolhas que faria em sua vida dali por diante: estava grávida do ex-namorado. Os dois já estavam separados mais tiveram uma recaída "certeira". "Eu fiquei muito assustada na época. Nós tínhamos uma relação dificílima e, naquele momento específico em que eu descobri que estava esperando a Natália, estávamos muito brigados. Meus amigos, os amigos dele e minha família me ajudaram demais nesse momento, jamais imaginei que seria tão bem apoiada. Ele acabou aceitando registrar a criança, mas voltou para a casa da família em Goiânia. Nunca fez absolutamente nada pela filha e não temos notícias dele há pelo menos dez anos", revela Jane, que na época era vestibulanda e recebeu apoio para estudar e se formar, morando com a filha na casa dos pais. "Minha mãe já estava aposentada e virou mãe de nós duas durante uma época. Não sei o que seria de nós sem eles", reconhece.
Deve-se sempre dar à criança a certeza de que ela tem um pai e que a curiosidade dela sobre ele é legítima e natural. É muito importante evitar que surja idéia de que ele foi embora por sua causa ou então de que os atritos entre os pais sejam por sua culpa
Quando era mais nova, Natália, hoje com 19 anos, estudante de Direito, viveu momentos de curiosidade a respeito da identidade e paradeiro do pai. E Jane garante ter sido sempre o mais sincera possível. "Dizia que não sabia onde ele estava, mas quem sabe um dia ele aparecesse, telefonasse. Falava que ele devia estar ocupado, mas para ela não se preocupar porque quem cuidava dela era eu", conta. A psicóloga infanto-juvenil e terapeuta familiar Selma Brando reforça que mães solteiras jamais devam tentar apagar a figura do pai da história de sua filha. "Deve-se sempre dar à criança a certeza de que ela tem um pai e que a curiosidade dela sobre ele é legítima e natural. É muito importante evitar que surja idéia de que ele foi embora por sua causa ou então de que os atritos entre os pais sejam por sua culpa", ressalta ela.
Mas, para muitas mães solteiras - quase sempre também mulheres magoadas -, é difícil calar as próprias feridas. A atriz T. A., 28 anos, mãe do menino P., 7 anos, reconhece a influência de suas mágoas na formação da identidade do pai do menino perante ele. "Não tenho ódio, nem pena. É indiferença. Quando meu filho pergunta, digo que o pai dele sumiu, que foi uma pessoa que passou pela nossa vida, me deixou ele e que de agora em diante somos só nós dois. Costumo dizer que tenho amor em dobro, de pai e de mãe. Se meu filho tiver vontade de conhecer, procurar o pai, não vou embarreirar, mas confesso que não gostaria que eles se conhecessem. Nunca viu a criança, não deu nome, é um desconhecido completo. Teria muita dificuldade em perdoar", reconhece T. Entretanto, a Dra. Selma reforça: "Mesmo sem atuar, esse pai existe, é desse filho e ele tem o direito de conhecê-lo. Por isso, a importância de respostas sempre consistentes e coerentes a respeito deste assunto".
Outra discussão comum é sobre os efeitos que a ausência de um pai poderia causar na formação das crianças, sobretudo dos meninos. A psicóloga americana Peggy Drexler, que lançou no começo do ano o livro "Raising Boys Without Men" (Criando Meninos Sem Homens - Ed. Rodale Press), defende em sua obra que as mulheres são capazes de passar valores como moralidade e masculinidade a um menino, sem a obrigatória convivência com os pais. "Elas têm a oportunidade de criar um tipo diferente de homem, forte e sensível, capaz de entender que as emoções são valiosas", diz ela em seu livro. Dra. Peggy comenta ainda que existe, nos Estados Unidos, uma falsa percepção de que a maior parte dos meninos cresce em famílias com pai e mãe. "A verdade é que 23% dos lares americanos se encaixam nesta categoria. De 1970 para cá, o número de mães solteiras aumentou em cerca de 5 milhões", aponta a psicóloga.
Mas isso não diminui a importância de uma figura masculina para a criação dos pequenos. "Essa falta é sentida e suprida naturalmente. Quando não tem um pai presente, a criança escolhe sozinha um tio, um avô, um amigo da família, um irmão como ícone masculino com quem ter esse vínculo", acrescenta a psicóloga infanto-juvenil Selma Brando. Foi exatamente assim com P., filho da atriz T. A.. Em pequenos atos, o menino já demonstra que elegeu o tio, irmão de sua mãe, como referência masculina. "Ele quer deixar o cabelo crescer como o do tio, usa as tiaras dele, quer ficar parecido. Fico feliz porque meu irmão é um ótimo exemplo de homem honesto, de bom caráter, e ainda é padrinho dele", comenta T.
Orgulhosa por sua missão de ter criado Natália, "uma menina com uma cabeça maravilhosa", sem a ajuda do pai, a professora Jane, no entanto, ressalta a importância do apoio de amigos e família. "Em alguns momentos somos tomadas de uma ilusão de que podemos dar conta de tudo sozinhas. E isso é viver sob uma pressão horrorosa, simplesmente porque é impossível. Não haveria como ter cursado uma faculdade, me formado e começado a trabalhar sozinha com um bebê. Se a Natália estudou, comeu, se moramos num apartamento nosso, se ela está fazendo faculdade é porque meus pais entenderam minha situação e viabilizaram meus estudos, sou muito grata a eles", reconhece. A Dra. Selma ressalta os riscos dessa ilusão de onipotência. "Muitas mães solteiras vêem os filhos como projetos pessoais e depositam neles expectativas com que eles não podem arcar. E acabam compensando a insegurança da solidão na criação com uma dificuldade de impor limites", alerta.
Sociedade matriarcal
Sob o ponto de vista social, o crescimento do número de mães solteiras no Brasil impressiona. Segundo dados do Ministério da Saúde, entre 2002 e 2003, um milhão de mulheres entre 16 e 24 anos deram à luz seus filhos, com pais desconhecidos. Essa informação revela, pelo menos, duas interessantes realidades na opinião da socióloga Isaura de Queiroz, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. "Isso nos reforça, de um lado, a falta de educação sexual, denuncia a escola que está cada vez mais focada para o vestibular e menos focada para a vida, que vai acabar contribuindo com outra dificuldade que é o diálogo sobre o assunto em casa etc. Mas demonstra também, e isso eu acho que é a grande novidade, uma nova mulher que não considera mais um companheiro como condição intransponível para a constituição de uma família. E isso se deve a um mercado de trabalho mais aberto, a uma sociedade culturalmente mais atualizada, que permitiu à mulher essa escolha", comenta Isaura, sem deixar de chamar a atenção para uma sociedade que ainda legitima a ausência do pai, mais do que a da mãe. "Existem homens abandonando seus filhos na barriga de mulheres diariamente, pelo mundo inteiro e isso pode ser considerado até corriqueiro. Mas se uma mulher faz isso, abandona um filho, é crucificada, apedrejada. A sociedade ainda é perversamente matriarcal", conclui.
Fernando Puga Leia mais deste autor.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Preciso Da Ajuda De Todas Vocês

Bom Dia!

Meninas preciso de depoimentos para postar no nosso cantinho. Vamos compartilhar as nossas histórias... Quem puder me mande para o meu e-mail pessoasl. tatcasti@hotmail.com.br

Beijocas

quarta-feira, 25 de março de 2009

Tudo o que você precisa saber sobre depressão pós-parto

Tudo o que você precisa saber sobre depressão pós-parto
O distúrbio existe e acomete de 10 a 20% das mulheres. É uma doença, sim, e a boa notícia é que pode ser tratada
Cáren Nakashima
Quem não se lembra do embate no showbiz hollywoodiano entre a atriz Brooke Shields (da “Lagoa Azul”, lembra?) e o também ator Tom Cruise, acerca da depressão pós-parto? De um lado, o astro de “Top Gun” criticou a postura de Brooke por tomar medicamentos antidepressivos durante o seu período de puerpério e, do outro, ela rebateu as críticas e ainda chamou a atenção mundial para a doença, o que culminou com o lançamento do seu livro “Depois do parto, a dor”, onde teve coragem para expor tudo o que passou e alertar as mulheres para este perigo. E é essa bandeira que levantamos agora.Não confunda baby blues com depressão pós-parto“O baby blues acontece com 50% das mulheres. É uma melancolia que tem início cerca de cinco dias após o parto. Às vezes dura dias, ou semanas. A mulher fica mais chorosa, mais ‘no ar’, mais sensível, pode ou não ter dificuldade para dormir, porém não sente culpa, não tem um horror em relação a bebê. Tem mais a ver com uma tristeza, uma certa dependência para cuidar do filho, mas passa!”, explica Ana Luiza Camargo, coordenadora da psiquiatria do Hospital Israelita Albert Einstein. Segundo a médica, é importante reforçar que a ocorrência do baby blues não significa que a mulher vá necessariamente desenvolver uma depressão. E sua ausência também não descarta a possibilidade da depressão pós-parto se instalar.Por que ela aparece?A depressão pós-parto é uma doença multifatorial. Segundo Ana Luiza, o pós-parto é um momento novo tanto do ponto de vista físico, quanto mental. “As emoções e o corpo sofrem uma tempestade. E é natural que as duas situações influenciem o estado de espírito”, comenta. Para o ginecologista Aléssio Calil Mathias, até as mudanças hormonais podem ser listadas como um dos fatores que a desencadeiam.Como eu a detecto?“O início dos sintomas pode acontecer de quatro semanas a 12 meses, e é caracterizado por um humor depressivo, uma ansiedade excessiva, insônia...”, detalha Ana Luiza. A médica descreve a situação como um par de óculos escuros – “A mãe vê tudo escuro. Ela levanta pela manhã e tem a sensação de que está carregando o mundo nas costas. Fica assustada. E pode pensar que não vai conseguir cuidar do bebê, chegando a pensar na morte, seja dela, do bebê ou dos dois. Tudo muito ligado a um forte sentimento de culpa, isso nos quadros mais severos da doença”.Principais estressoresA falta de suporte da mãe – ela está sozinha, não tem com quem contar para ajudar com os cuidados do bebê – é um dos principais fatores que colaboram com o quadro. A psicóloga Vânia Sole Botelho completa a lista com a acentuada queda dos hormônios sexuais, a qualidade do relacionamento familiar, principalmente com o marido e filhos, e os problemas em administrar a nova rotina. Para ela, além das condições ambientais, as características prévias de cada mulher também interferem: “uma mulher com tensão pré-menstrual acentuada ou processos depressivos anteriores está mais sujeita a enfrentar o problema”, explica.Em busca do tratamento correto“Se a depressão é como um par de óculos escuros, basta tirá-lo. A pessoa não vai enxergar o mundo cor-de-rosa, mas também ele não será mais escuro; será da cor que realmente é”, ilustra Ana Luiza. A médica ressalta ainda que a culpa trazida pela depressão é tão grande que ela não se dá conta do que está passando. “Muito frequentemente é a família que deve observar, dizer que ela está passando por um transtorno e, principalmente, encaminhá-la para o tratamento adequado, administrado por médicos especialistas em saúde mental”, diz. “Muitas vezes a família incentiva com palavras de melhoras e otimismo, planeja viagens e passeios, com o intuito de proporcionar prazer para a mulher, mas ela naturalmente não vai se sentir bem. Ela precisa se tratar para gradativamente divertir-se nessas ocasiões”, completa.Como é o procedimento certo, afinal?Após diagnosticado o quadro, a mãe precisa de uma rede de suporte social – vale a família e até mesmo um serviço de homecare, para que o bebê fique sob os cuidados de alguém e faça com que ela se sinta menos sobrecarregada. “A medicação também deve ser prescrita por um especialista, de forma que este preverá remédios que não passam pelo leite materno para o bebê, durante a amamentação”, conta Ana Luiza. “As pessoas devem estar alertas e sentirem-se a vontade para procurar profissionais de saúde mental para fazer uma consulta – isso geralmente dá um norte para todos”, diz. O tratamento para depressão pós parto não é rápido e varia de pessoa para pessoa, mas segundo a médica, logo no início, é possível amenizar os sintomas com medicação e a melhora concreta pode aparecer de 15 dias a seis semanas.Quem tem uma vez, tem sempre?“Não dá para prever”, alerta Ana Luiza. “O fato de ter tido uma depressão anterior é motivo para ficar alerta durante o puerpério, sim. Existe a tendência, mas isso não significa a repetição. Cada paciente é único”, conta. O médico deve estar atento e acompanhar o comportamento da nova mamãe ainda na maternidade, para transmitir a segurança de que, se a depressão ocorrer, ela será tratada e curada. “Vários estudos estão em andamento. A doença é vastamente estudada. E o que se sabe é que os fatores que a desencadeiam podem ter múltipla influência e não dá para prever quando ela ocorre”, finaliza.Leia mais sobre: depressão pós-parto

terça-feira, 24 de março de 2009

A importância da vitamina A nos recém-nascidos
Novo estudo mostra que uma dose oral do suplemento recebida por crianças logo após o nascimento reduz a mortalidade infantil


Reduzir a mortalidade infantil é uma preocupação constante, principalmente em países em desenvolvimento. Uma pesquisa recente feita por cientistas da Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, publicada este mês no jornal Pediatrics, mostra que uma única dose oral de vitamina A dada logo após o nascimento da criança pode reduzir 15% o risco de mortalidade infantil. Segundo Rolf D.W. Klemm, principal autor do estudo, há muito que se sabe o quanto a vitamina A pode diminuir os índices de mortalidade em crianças acima de 6 meses de idade. O que a pesquisa mostra agora é que a administração da vitamina também pode melhorar a sobrevivência das crianças com menos de 6 meses, quando o número de morte é maior. O estudo envolveu 15.937 recém-nascidos de comunidades rurais no noroeste de Bangladesh, no sul da Ásia, onde 90% dos bebês nascem em casa. Metade recebeu uma dose de vitamina A, em média 7 horas após o nascimento, enquanto a outra parte recebeu placebo. O resultado mostrou que a taxa de mortalidade no grupo que recebeu a vitamina era de 38,5 a cada 1.000 nascidos, enquanto que no grupo do placebo o número ficou em 45,1 mortes. De acordo com um dos autores, a pesquisa confirma as conclusões de estudos anteriores sobre a eficácia da vitamina A contra a mortalidade infantil. “Normalmente, a vitamina A está presente na alimentação e no leite materno, não sendo necessária sua suplementação para as crianças com condições nutricionais adequadas, que não tenham deficiência dessa vitamina”, diz Renato Kfouri, pediatra e neonatologista do Hospital e Maternidade Santa Joana e diretor da Sociedade Brasileira de Imunização. Mas os prematuros, que têm um déficit na absorção do leite, e os desnutridos precisam receber o suplemento, tanto para evitar carência quanto para tratar a deficiência da vitamina. A vitamina A é um micronutriente, que tem função no desenvolvimento do ossos, da visão e no sistema imunológico. Sua deficiência pode trazer uma série de problemas, como os de pele, intestino e infecções. Em regiões onde há desnutrição, como Bangladesh, as deficiências nutricionais já vêm da mãe, passando para o bebê. “A vitamina A oferecida precocemente melhora o sistema imunológico da criança, por exemplo, reduzindo o número de infecções graves que podem acontecer nos primeiros meses de vida”, afirma Renato. Além de ser uma intervenção fácil, barata e com benefício a curto prazo. Veja quais alimentos são fontes de vitamina A. Animal - leite, ovos, carne de fígado Vegetal - folhas verdes escuras, como brócolis e espinafre Carotenóides (o organismo converte o caroteno em vitamina A) - cenoura, mamão e abóbora


Fonte: Revista Crescer

segunda-feira, 23 de março de 2009

Depoimento de um papai solteiro

Meu nome é Otávio, tenho 30 anos, morador de Belo Horizonte – MG. Fui pai aos 29 anos, de uma linda mocinha, à qual demos o nome de Marina. Eu gostaria que ela se chamasse Giordana, e a mãe dela, que se chamasse Luísa. Como não chegamos a um acordo, aceitamos a sugestão de uma prima, única que agradou a “gregos e troianos”.

Nunca planejei ser pai. Pensava no assunto, mas com a intenção de ter uma vida totalmente estruturada antes de me dedicar à empreitada, pois então poderia planejar com calma, tempo, recursos e qualidade. Isso não quer dizer que ao saber que iria ser pai, a gravidez não tenha passado a ser desejada, e a experiência durante aquele período, e mesmo após o nascimento, ter sido a mais virtuosa e sublime pela qual passei.

Minha ex-esposa já havia sido mãe, com 19 anos, e comecei a namorá-la quando sua pequena ainda contava 09 meses. Após o nascimento, parece-me que ela ainda manteve o relacionamento com o pai da menina, o que veio a acabar depois, e em pouco tempo iniciamos o nosso relacionamento, devido à iniciativa dela, em Agosto de 2005. Devido a diversas questões, já havíamos terminado o namoro algumas vezes, e quando terminamos em Agosto de 2006, ele me informou que estava “atrasada”. Pedi para que ela realizasse o exame, não sem antes conversarmos – ocasião em que ela me disse que se a gravidez se confirmasse, ela sairia de casa. Imediatamente, disse-lhe que se a gravidez se confirmasse, nós nos casaríamos se assim ela concordasse. Acreditava, à época, que amasse aquela pessoa o bastante para que pudéssemos constituir uma família, ela, sua filha, eu e a nova criança que estava para chegar. Ela só me apresentou o resultado do exame (que já veio em forma de ultra-som – 11 semanas de gestação), no final de Outubro do mesmo ano, o que durante o período me deixou cheio de incertezas, dúvidas e medos.

Desde então, passei a participar ativamente do acompanhamento da gestação, curtindo cada consulta, para que não houvesse prejuízo do desenvolvimento daquela criança, que eu ansiava por ter nos braços. Junto a isso, passei a trabalhar para que os trâmites necessários à realização dos casamentos civil e religioso fluíssem, bem como a estruturação de um lar que não existia (recursos para isso também não existiam...), acontecessem antes da chegada de nossa pequena.

Tudo correu a contento. Casamos-nos em Fevereiro de 2007. Marina veio à luz em 25 de Abril do mesmo ano, no período correto da gestação (apesar de a médica dizer que não passaria do dia 15 – o que me deixava extremamente ansioso, pois cada dia que se passava, era um dia a mais de espera...). Ela estava linda, muito calma, parecia a tradução da paz.

Nosso casamento sofreu algumas turbulências, creio que algo normal para qualquer casal. Em Dezembro de 2007 minha ex-esposa pediu para que nos separássemos. Conseguimos reverter a situação, o que não foi possível em Fevereiro deste ano, o que culminou com nossa separação. Ela retornou para a casa da mãe, levando consigo a pequena Marina. Isso aconteceu de forma muito “civilizada”, consensualmente (não sem antes, é claro, eu passar por uma fase de revolta – pois somente nos ensinam a buscar o sucesso, mas ninguém nos ensina a lidar com o fracasso, principalmente de uma relação “amorosa”). Exatamente quando Marina contava exatos 09 meses...

Tenho plena consciência hoje, de que minha decisão pelo casamento foi porque não queria simplesmente registrar minha filha. Queria participar ativamente de sua criação, educação e formação de caráter moral e ético. Hoje isso me foi limitado, para não dizer tirado. Não e possível dizer que o exercício do direito de visitas é algo que seja suficiente, pois ser tolhido do direito sagrado de estar ao lado dos filhos em momentos como os primeiros passos e primeiras palavras não pode ser comparado à frieza de passar somente alguns momentos com a criança, com horários e dias marcados, ou ainda datas de início e fim...

Quem garante que pequenas coisas como participar da escolha de uma babá, de uma escolinha, ou de um passeio não são essenciais para um pai? Ou pior, saber por terceiros que a babá em quem você confiava foi embora, com reclamações de intolerância racial e religiosa, e ter consigo a idéia de que sua filha está sendo criada por pessoas de moral duvidosa, crescendo em um ambiente racista e preconceituoso, não são motivos para deixar um pai preocupadíssimo, pois, apesar de ser de primeira viagem, foi experiente o bastante para tomar uma postura moral digna e assumir para si as irresponsabilidades de alguém que não pensou no futuro. Já que o Direito de Família não parece fazer jus à expressão de que o “Direito é um ideal de Justiça”, resta esperar para que seja realizada alguma “justiça poética”...

Se fiz alguma coisa certa, espero que tenha sido para o bem da Marina. Contudo, prefiro crer que somente os erros foram meus. E que um dia, algumas mágoas passem, para que o mundo fique um pouco menos obscuro.



Otávio, muito obrigada por compartilhar com a gente a sua história. O seu depoimento foi muito importante para todas nós, pois toda história tem dois lados e com essa história vimos o "outro lado da moeda"
Abraços
Tati

sábado, 21 de março de 2009

Depoimento de uma mamãe que mata um leão por dia...

Foi um ano e meio quase, a espera de um amor que se foi para longe em busca de algo melhor para uma futura família feliz... E ela fica aqui esperando pelos documentos e o dinheiro para poder ir encontra aquele homem que era o grande amor da vida dela!!! Ela se chama Aline e ele Rogério... Ele foi para os EUA e por quase um ano e meio eles se falaram todos os dias e noites... Eram horas inexplicáveis em frente á tela do computador, risadas sem fim... Lagrimas de agonia e felicidade por sonhar em dois por dias melhores!!! Mais o tempo foi passando e as coisas não melhoravam e ela começa a se sentir muito só. Problemas em casa, no trabalho e etc e ele longe sem poder sentir seu cheiro e seu carinho bem perto!!! Chegaram a um acordo de não continuar, de deixar que o tempo mostrasse para eles o momento certo... Ela depois que ele se foi, mudou todo seu jeito moleque de ser, e de curtir a vida adoidado... De querer só curtir, passou a ser aquela namorada sempre ligada em tudo que era para os dois! Todos os momentos... Quando se viu só, começou a andar com as amigas e ver o quanto o mundo tinha mudado... Que suas amigas estavam curtindo a vida ainda adoidado, e ela tinha parado... Começou a sair novamente, mas nada tinha aquele mesmo sabor! Em um sábado qualquer, foi ajudar a sua tia a mostrar a casa que estava alugando para 4 rapazes... e adivinhe quem foi que ela conheceu??? O futuro pai de sua filha... Nada de mais ela ate achou ele muito saidinho coisa que ela sempre odiou! O tempo passou e dentro de um supermercado do bairro eles se esbarraram e ali ela percebeu que aquele olhar dele era algo diferente, que já existia algo diferente entre os olhares, mesmo assim ela procurou não pensar tanto! Depois de 1 ano e meio sem ter um carinho maior por perto, ainda não estava preparada para ter um outro alguém... Mas a vida não acha isso nem muito menos o coração!!! E um dia depois, em uma festa que ela foi convidada lá esta ele a sua espera... Era tudo armado, tudo esquematizado nos mínimos detalhes e só ela não sabia! Rsrsrsr... Não teve como resistir aquele encanto todo, palavras, carinhos e muitas coisas em comum! Moreno... Moreno que mexeu com os sentimentos dela sem nem precisar pedir licença. Chegou de devagar e foi conquistando cada pedacinho dela, o tempo passou... Eles viviam cada dia como se fosse o último. Viajaram e nessa viagem a Giovanna foi feita sem ao menos um dos dois saberem que apenas aquela vez seria suficiente para os encantos dela vir ao mundo... Com 4 semanas a Aline descobriu a existência da Giovanna em seu ser..... Eles não acreditavam que isso estaria acontecendo, no início ele se mostrava tão tranqüilo e tão adorável pelo futuro que estava por vim... É pena que foi por muito pouco tempo! E junto com esse pouco tempo de amores e encantos veio na mente dela o que fazer sozinha??? Como contar para a família que estava grávida e ainda que o pai não quis mais nada com ela... Que estava de malas arrumadas para partir e deixá-la sozinha! Ela realmente sabia que não seria fácil, mas mesmo assim lutou por sua filha... Ao contar para sua família foi colocada para fora de casa sem nem saber para aonde ir! O que fazer... A quem pedir ajuda! O pai muito severo disse que a partir dali ela e o pai da criança teriam que enfrentar tudo sozinhos e que não seria ele quem iria cuidar... Ela perdeu o chão totalmente... Não sabia aonde ir, o que fazer... Dormiu na casa da patroa que a partir daquele dia passaria a ser sua mãe guerreira... No dia seguinte foi morar na casa de uma tia, mas que com os dias passando já não seria mais o lugar para ela ficar, já que o casamento dos tios não estava nada bem! Ela com tudo isso, correu atrás de um aluguel, o mais barato possível e ate encontrou embora seja uma casa que não tem espaço para sua filha ficar... Paga por mês R$ 250,00 de aluguel tira esse dinheiro do pouco que tem que dividi entre parto, plano, remédios e comida quando dá, já que passou até fome para poder pagar as contas! E nem com tudo isso a família não muda, com relação ao que ela sente com o desprezo e solidão que ela sofre... Vem lutando a cada dia como se fosse o primeiro... Costuma falar que Deus seca as lágrimas dela no fim da noite para que possa se levantar todas as manhãs e lutar por mais um dia pela sua filha... Esta com 24 semanas hoje e grávida de uma menina lindaaaa.... O pai da Giovanna até hoje só faz falar coisas para magoar e ainda continua desempregado. Moral da historia: Não ajuda em nada só a faz passar mal com o seu jeito grosso de tratar a Aline. Bem meninas meu nome é Aline, eu que escrevi a minha historia mas preferi passar por uma segunda pessoa para poder contar realmente os detalhes... Sinto saudades de tudo que passei com o pai da Giovanna, pois vivi dias maravilhosos com ele... Mas Deus sabe de tudo e eu creio que está operando algo muito bom em nossas vidas!!!
Por hoje é só meninas...
Bjãoooooooooooooooooooo
Ass. Aline Nascimento Teixeira e Giovanna dando chutinhos..... rsrsrsrsrs




Neguita... Eu fico impressionada com a sua força para vencer os grandes obstáculos que a vida lhe impôs... Você é uma pessoa iluminada, pois mesmo com todos esses problemas, tem sempre uma palavra carinhosa e amiga para as pessoas. Queria tanto poder te ajudar... Te dar um colinho... Pena morarmos tão longe... Falar que te admiro é pouco, você é um exemplo de garra, força e determinação. Neguita você sabe que te adoro né. Adoro passar as tardes conversando com você no msn, mesmo estando lotada de trabalho eu dou sempre uma escapadinha para conversarmos rsrsrs... Peço a DEUS que você e a Gi sejam muito felizes e que daqui a algum tempo você esqueça tudo o que passou, pois na sua vida eu oro para que tenha só coisas boas e cor de rosa.
Beijocas
Tati

sexta-feira, 20 de março de 2009

Esse Depoimento é de uma grande amiga que eu admiro muito

Olá meu nome é Cristina tenho 21 anos, sou de belo Horizonte- MG e estou grávida de 33 semanas. Vou resumir uma longa, mas uma longa estória mesmo. O Wallace é o pai do meu filho. Conheci ele no banco em que ambos trabalhavamos e ele sempre se mostrou um perfeito cavalheiro, abria porta do carro, falava baixo, não bebia nem fumava e alem de tudo muito bonito... Estava tão empolgada nosso curto namoro, ele sempre tão legal. Eu já estava tão iludida... Aí no feriado viajamos e me entreguei pra ele, o preservativo estourou e eu tomei a pilula do dia seguinte até então tudo bem. Até que eu fiz o exame de sangue e deu POSITIVO... Eu estava no meu horário de almoço no banco e andava pela AV. Brasil igual a uma barata tonta e chorava ao mesmo tempo uma mistura de medo com surpresa e alegria pois sempre quis ser mãe. Não acreditava naquilo que lia, foi quando voltei para agência e liguei para um amigo e fui para a casa dele desabafar, meu amigo me mandou ligar para o pai na hora e contar. Eu não queria contar daquela forma mas estava vúlneravel e segui o conselho do meu amigo, liguei e falei na lata: Lembra que a minha menstruação estava atrasada?Então fiz o exame e deu positivo. Ele claro sugeriu aborto, pois segundo ele, filho é castigo e que se eu morresse para ele seria um grande alívio.. Tentei me aproximar da mãe dele mas ela é conivente com o filho e ele como um calhorda de carteirinha começou a dizer que não era filho dele... Contei para uma pessoa que se dizia ser minha melhor amiga "ela disse que que meu filho seria catarrento caso eu não desse apara adoção e seria mais um para assaltar os outros na rua porque sou pobre e não tenho dinheiro nem pra mim. Afinal eu tinha acabado de ser demitida do banco pois trabalhava por contrato por tempo determinado. Minha mãe no início da gravidez queria me colocar pra fora de casa, me humilhava, me chamava de nomes feios. Mas eu entendo e já a perdoei pois ela tem medo, minha irmã também é mãe solteira de um casal que mora aqui em casa e minha mãe não esperava isso de mim pois sempre fui esperta e ela coitada trabalha muito e mal tem dinheiro para nós já que ela também foi mãe solteira. Meu pai sempre foi ausente a vida inteira. Minha mãe foi traída desde que se casou, até um dia ela mandar ele ir embora (ele não trabalhava e vivia na aba dela). Os anos passaram e ele nunca ligou para mim, pra minha irmã e meus outros 4 meios-irmãos (de outros relacionamentos e extra-conjulgais) Nem meus avós ... Quando foi esse ano ele teve uma cirrose hepática (ele bebe muito e fuma muito também. vive uma vida desregrada), ficou no CTI no aniversário dele isso dia 21 de julho e quase morreu... Eu como sou ingênua, achei que com esse sacode da vida ele iria se redimir e tentar se tornar uma pessoa melhor, mas estava redondamente enganada. Então perdoei e fui atrás, mantive contato porque eu é que ia lá como eu mesma disse... Ele nunca nem pensão deu! Minha mãe que sempre foi auto-suficiente e nunca fez questão. Meu pai se mostrou muito solícito quanto ao fato da minha demissão, pediu toda minha documentação e prometeu entregar para o meu tio (irmão dele do qual tb nunca tive muito contato) olhar e entrar com a causa na justiça e depois chegou a falar que a causa já estava em andamento e tal... Os meses foram passando e eu fui achando estranho nenhuma posição sobre o "tal processo", mas até aí tudo bem... Até que um dia o Banco Santander me ligou a respeito de um empréstimo que estava em andamento, faltando apenas eu entregar o contrato assinado. Eu imediatamente liguei uma coisa à outra e fui mais sagaz e liguei para o meu tio jogando verde e falei: Oi tio tudo bem? Aqui meu pai te falou sobre o meu processo? Ele respondeu: sim. Eu novamente perguntei: E o Sr já leu a minha documentação? Ele respondeu: Olha Cristina eu não tive tempo ainda de ler, mas eu te aconselho a ir ao Ministério do trabalho antes de qualquer coisa porque como seu contrato na empresa era por tempo determinado isso não te assegura a estabilidade provisória na empresa. Sou advogado cível, não trabalhista por isso não posso te dar uma posição concreta sobre o seu caso. Então eu tirei a prova de que meu pai teria mentido e feio pra mim, além de tentar me lesar! Eu na hora como tenho o sangue quente entrei no msn e fui jogando pra ele de que sabia de toda a verdade e perguntei qual era e a intenção dele e se ele era tão desalmado a ponto de tentar lesar a própria filha grávida... Sabe o que ele disse? ele disse que o problema era meu, quem tinha se "deitado" era eu e usou ainda um linguajar que nem eu conhecia, palavrões que nem eu falo! Eu fiquei chocada além dele ter arrumado uma namorada virtual e ter mentido pra ela um monte a respeito da história. Colocou minha mãe como uma usurpadora e disse que tinha até comprado apto pra mim e que meu sobrinho tinha problemas de coração e precisava de cirurgia e que eu já tinha sido presa pois roubava cartões de crédito e clonava e foi ele quem me tirou da prisão.. (olha o absurdo). Minha mãe falou que da missa eu nem sei a metade e me contou mais um monte de estórias estarrecedoras sobre ele que eu nem vou falar mais pq senão vai dar um livro de tanta coisa ruim. Mais uma vez a estória se repete, eu arrumei uma pessoa igual ou pior que esse sujeito pq eu não chamo de pai nem sob tortura. Eu acho que se a justiça em relação a esse sujeito não foi feita até hoje, não há esperanças. Mesmo com tudo isso, decidi ter meu filho pois sabia que tudo nessa vida têm um próposito e a chegada do Lucas me traria um novo sentido a vida. Minha vida mudou radicalmente, e quer saber? Mesmo com toda as dificuldades vividas isso só me tornou uma pessoa mais forte e melhor como ser humano. Hoje não quero nem ouvir falar do pai do Lucas, só pensso no rostinho dele e no rapazinho lindo que ele vai ser. Até minha mãe esta melhorando comigo acho que ela é como eu, pavio curto, meio brava mas de tudo ela é uma boa pessoa. Nunca imaginei que eu fosse tão parecida com ela. Pois ela foi auto suficiente para criar a mim e minha irmã e os netos sozinha, ela é guerreira. Tudo bem que em relação a comprar coisas para o neto até hoje foi só um vidro de vitamina, mas ela quer que eu me vire sozinha para eu ver o que é bom pra tosse e não engravidar mais. Mesmo assim eu estou feliz e pedindo a Deus que mande Luquinhas perfeito com saúde e feliz... Meus sobrinhos já passam a mão na minha barriga e já amam o priminho. E eu aqui vou levando e esperando maio com muita ansiedade e frio na barriga. Beijos para todas.
cristinaalves146@hotmail.com



Cris! Fiquei passada amiga... Que barra que você passou hein!!!! Mas pode ter certeza que vem dias muito melhores na sua vida. Você sabe o tanto que te admiro e o quanto que agradeço por ter a sua amizade né.
Fique com Deus
Beijocas para vc e cheirinhos no Luquinhas